quinta-feira, abril 16, 2009

na virada dio dia, na barreira da noite. Quase passando um minuto ao outro, e uma duvida tenaz. persinstente. E optar por optar. Deixar de ser a outra metade da escolha.

a um passo de onde o mundo faz fronteira com o invisivel. nas bordas do dizivel. e uma intransponivel barreira de centimetros. 

procurando espaco aqui, procurando palavras, um sentido deveras ultrapassado se me abate. Uma moda fora de epoca, uma sensacao de agora que atravessa o momento. 

Me fantasio, vou para chuva, um alento. a agua toca o corpo. é concreta e posso escutar por um segudo meu coracao bater. e respiracao. saltam instantes. o fim do mundo, o outro lado do ser, a sombra de deus, o amor do sol, onde a terra desperta, onde o fogo adormece, o dia que caimos, a legria de subir, o desespero de deixar e despedir, um mundo inteiro, um mundo deixado pra tras nas lagrimas por ver que toda obra é finda, que todo esforço é vão, que a tristeza tomou seu lugar de vez nestas cidades, que a hora de partir é bendita mas é dolorosa...

terça-feira, outubro 14, 2008

ser ou não ser

"Em poucos ventos corre-se o risco de perder o juizo.
Quando ele bate do lado sul, e faz revirar o palmiteiro que teu avô plantou.
Esta hora é de se preocupar.

Deixa que venha. O proprio vento cuida de selecionar o que é util.
Os papéis mais indispensáveis nunca voam.
E o papeis mais indispensáveis que voam não são mais preciosos depois que esquecemos deles.

Se soubéssemos ser tão sábios com as coisas...
deixar sair, deixar ir, deixar ser, deixar...
certamente que seriamos mais felizes para ser,
pois ser é a coisa mais leve que existe."

segunda-feira, abril 21, 2008

"o que é o mundo?


o mundo é a soma das consciencias,
o mundo nao é somente uma ideia minha,
o mundo é a ideia do mundo de todos os seres que compoem mundo,

tal qual o mundo é a soma dos corpos dos seres,
é a soma da ideia que temos dele."

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

o repuxo

"sempre que a gente faz um mar de viagens,
um mar de nuvens,
um mar de ondas que querem se jogar na paisagem,
que querem moldar a areia, ou fazer ouvir ao longe o som do infinito.

Sempre que agente faz estas ondas, existe o repuxo,

uma forca que leva o barco com forca,
que faz temer o marujo experiente,


mas sem o repuxo é impossivel as ondas, é impossivel quebrar a ondulação
e criar o movimento da água superficial e a espuma, sim a espuma do mar.

sem a vazante da maré ficaria dificil termos a cheia...


O repuxo.

para quem quer se introduzir na arte das aguas deve ter a coragem de sentir o fluir do repuxo,
assim como fazer ondas com a imaginação."

quarta-feira, maio 09, 2007

"Morrreu Madalena, morreu meu pai.
meu avo ja foi bem antes. e depois nao sobrou nada.

antes foi a vida, agora deserto,
perto vejo vultos, sombras formas estranhas.
minhas figuras que antes encantavam hoje sao sinônimo de espanto.
quem me veja que me assopre,
e três vezes diga bem a sorte.

assim se acalma o mar,
se irriga a seca
se encontra o par

o eco infinito

meu coração tem peso.
minha voz aguda

mas esqueça a emergência deste soneto
nao há drama nem há poesia"

domingo, maio 06, 2007

retorno

"naquele dia.
após empilhar gravetos de forma onírica.
meus pés saíam ao chão.
olhei em volta, a tribo que me gerou nao estava.
sonhei que me zombavam.

acordei. fui atrás de frutos maduros.
cego penetrei florestas, atravessei brumas,
mergulhei em rios. achei que ajudasse,
e me perdi.

quis carregar fardos, tao dificeis de explicar.
despertei.
em fim.
lembrei de mim.
lembrei tanto que até esqueci de todo o caminho até aqui.
e me perdi.

e acordei
meus pés saiam do chao.
de forma onirica vi que fazia parte de algo que nao sabia.

retornei ao inicio.
fiz de mim meu rascunho. apaguei cada palavra incerta.
revi todas as frases dificeis.
Falei de forma simples a todos.
me passei a limpo.

pude ver o mesmo rio, a mesma montanha,
tudo mais limpido.

e pude enfim, dormir."

sexta-feira, março 23, 2007

verde

"dias vinganças
os sebos brotam nas canelas.

férias. do mundo.
imundo. é meu peito e meus olhos que olham a paisagem como se fosse verde.
como se eu pudesse ver a paisagem a sair a passar por mim.

dói. a cabeça, o silencio cobre os palpáveis temores.
ventos, de todos os lados.
sombras.

desculpe, mas vou chorar.

isto. e isto de novo.
o mundo gira, nas asas de meu anjo,
anjo de tua pele de tua cor.
meu temor, meu amor,
-Meu deus."