Eh difícil ser um poeta negro num mundo onde a lira é dourada.
Vivo ainda a escravidão em mim mesmo e por mim mesmo
E vejo nós acorrentados em nossas prisões
Nós carcereiros
Nós sem a luz do sol
Me angustia
Ver em minha face o tenebrozo algoz
Vale-me minha mãe que não seja por meu seio
que doa em todos nós
eu Prometeu negro
me jogo a masmorra de letras
ao corpo das curvas dela
e assumo
o Anjo Negro que esculpe
é mais santo que eu posso"